Ainda
sobre o 9° Semintur Jr, vale registrar a palavra da Prof. Marcia Cappellano,
coordenadora do PPGTURH-UCS, ao abrir o evento:
“Se qualquer um dos participantes desta 9ª edição do Encontro
Semintur Jr nos perguntasse por que este é um dia tão especial para o PPGTURH,
tenho certeza de que a primeira resposta que viria à nossa mente seria: É porque
vocês estão aqui nos permitindo vivenciarmos, juntos, uma experiência acadêmica
que, paradoxalmente, é sempre diferente e, ao mesmo tempo, única. Me explico.
Em sua maioria, são outros os estudantes, são outros os professores
que aqui vieram, que, neste dia, trocaram de casa, fazendo sua esta Universidade,
tornando seu este Programa, este evento. É outro o tema escolhido, são outros
os trabalhos submetidos, são outras as oficinas, as mesas temáticas, é outra a
palestrante, contudo serão únicos, nas suas diferenças, os sentimentos, os
pensares, os fazeres, o compartilhamento de histórias, de expectativas,
conquistas que esta jornada nos propiciará a todos.
Há ainda um outro aspecto que é marca do Semintur Jr desde sua
criação, que está no seu DNA: falo do objetivo permanente de fazer dele um
espaço de incentivo à pesquisa em Turismo e Hospitalidade desenvolvida na
graduação, como também um espaço de reconhecimento, de socialização e de
visibilidade dessa produção de conhecimento realizada pelos graduandos. E para
isso, não poderia deixar de estar no DNA do Semintur Jr, o intento de fazer
deste, um espaço de vivência científica, o que significa dizer, um espaço
pautado por concepções de ciência.
Nesta 9ª edição, o tema escolhido foi Um outro turismo é possível. E, como todo tema, este permite
diferentes leituras interpretativas. A
minha leitura foi construída jogando um pouco com as palavras (Como professora
das Letras faz parte de mim me ater às palavras). Foi assim que estendi o tom
declarativo, afirmativo, categórico do tema (Um outro turismo é possível),
inserindo complementações ao termo “possível”:
Um outro turismo é possível... possível de ser vislumbrado; de ser
almejado; de ser planejado; de ser implementado; de ser vivenciado; de ser
sentido; de ser pensado; de ser estudado; e de ser analisado cientificamente. E
o que eu quero destacar é o fato de que é na análise científica que sempre estaria
sendo reiniciando o ciclo, porém, sempre numa nova perspectiva. E por que
pensei nisso?
Porque a leitura científica não se pauta mais pela ideia de
conhecimento comprovado, verdadeiro, definitivo, como se não pudesse ser
questionado, independentemente de quem o assine. Não se pauta mais pela ideia
de conhecimento que basta a si mesmo, que não possa ou deva ser ecologizado em
redes conceituais envolvendo diferentes áreas do conhecimento
Então, o conhecimento que se pretende “científico” sempre trará a
marca da escuta intersubjetiva e das repercussões dessa escuta na dinâmica do
pensar cientificamente. E, no nosso caso, na dinâmica do pensar cientificamente
o turismo e a hospitalidade. Por isso estamos aqui, para vivenciarmos momentos
únicos de escuta entre nós todos, pesquisadores – não importa se juniores ou
seniores – e assim contribuir para renovar o ciclo da leitura científica nessas
áreas.
Desse modo, indo mais além do que jogar com as palavras, eu ousaria
até mesmo reescrever o tema deste evento: Eu diria: Um outro turismo é e será sempre possível, isso, graças à ideia de devir imanente à
própria ciência; isso, graças a estudiosos como vocês, graças à percepção clara
de seu papel como produtores de conhecimento científico sobre turismo e
hospitalidade. Se assim não o fosse, não teriam se inscrito para participar do
evento.
Lá, há mais de 500 anos A.C., o filósofo Heráclito dizia que o
mundo é um fluxo permanente em que nada permanece idêntico a si mesmo. Tudo se
transforma. Afirmava ele que as palavras dizem as coisas em sua permanente
transformação. Ora, também a história do pensar científico narra transformações
permanentes. Não há epílogo. E vocês já são e continuarão a ser escritores do
pensar e permanente repensar científico dessas áreas. E vocês estão aqui, na
UCS, no PPGTURH. Então, acho que fica mais claro agora por que este é, sem
dúvida, um dia muito especial, um dia único.
Sejam todos bem-vindos pesquisadores amazonenses, fluminenses,
paulistas, paranaenses, gaúchos. Sintam-se abraçados pelos nossos alunos,
professores e pela nossa secretária. Daremos o melhor de nós para que tenham uma
acolhedora e produtiva jornada”.
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