Foi realizada no último sábado, dia 30
de novembro, no Residencial Campos da Serra II, a atividade Tarde Talentosa, resultado de parceria entre
os moradores, a Universidade de Caxias do Sul e a Prefeitura Municipal. A
atividade fez parte do projeto de extensão universitária Tenda: Como Viver Junto?, que se
vincula à pesquisa Artesanato
e Turismo: saberes e trocas simbólicas, coordenado pela professora Dra.
Luciene Jung de Campos e que conta com a participação de três bolsistas de
iniciação científica, graduandos dos cursos de Psicologia e História, e de mestrandos
do Programa de Pós-Graduação em Turismo, da Universidade de Caxias do Sul.
A professora Luciene Jung de Campos,
juntamente com os mestrandos Paula Carina Silva e Ernani Viana e os bolsistas
de iniciação científica Ismael Pereira e Raquel Alquatti, participam do projeto.
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O projeto Tenda: Como Viver Junto?
tem como objetivo identificar a ocupação e a tomada de posição do sujeito no
discurso enquanto (m)orador do Residencial Campos da Serra II. É oferecido um
espaço de simbolização da experiência de convivência para o compartilhamento de
diferentes saberes e práticas do cotidiano. Busca-se compreender o processo de
construção do coletivo a partir da observação do funcionamento da Tenda:
Como Viver Junto?
Segundo a Prof. Luciene: “O projeto
parte do pressuposto que o viver-junto vai além das barreiras físicas. As
paredes, corredores, escadas, portas e janelas pouco delimitam um território e
pouco garantem privacidade. Podemos ouvir, sentir, ver o outro, assim como
somos percebidos por aqueles que habitam o espaço comum. O residencial compõe
um novo tecido urbano com um vernáculo próprio. Mais que um conjunto de
sotaques e expressões, é um idioma que pode ser falado e aprendido. Este tecido
urbano merece ser entendido como um grupo que possui costumes, comportamentos,
discursos e formas de expressão, característicos. O contato com a sua linguagem
permite o surgimento de um espaço onde um novo discurso pode se apresentar. Já
que falamos a mesma língua, não precisamos impor a tentação acadêmica de falar
por eles. Que falem sobre si mesmos, sobre sua posição, seu espaço e seu lugar”.
Ainda segundo a Professora:
“Foram realizados dez encontros, quando tivemos uma participação significativa
das crianças. Observamos que as crianças se conheciam, chamavam-se pelo nome e
ocupavam intensamente a área comum do residencial. Estão sendo produzidos crescente
e coletivamente trabalhos de desenho, colagem e escultura cujo tema perpassa a
experiência afetiva compartilhada. Esta atividade estendeu-se na Tarde Talentosa.
Os desenhos foram dispostos na forma poética de um grande móbile circular e
labiríntico – uma escultura que pôde ser vestida/experimentada/vivida como uma
roupa-lugar-recinto-casa. Além do móbile, instaurou-se um espaço-tenda: classes
e cadeiras foram arranjadas pelas crianças em uma superfície/suporte onde novas
obras foram produzidas em uma região que não se pode querer organizar nem
midiatizar. Trata-se de um espaço de circulação de gestos, cores e traços na
tentativa de ressignificar o cotidiano”.
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