segunda-feira, 17 de setembro de 2018

PESQUISAS DO PGTURH EM CONEXÃO COM PROJETO FÁBRICA DA BENETTON


 “Nós estamos fora do sistema. Fábrica tem que ser a seta, tem que ser a direção, em termos do que se pensa e se faz em comunicação e criatividade. Nós não temos a ver com marketing, com publicidade tradicional, com nada do que vem se repetindo e que já morreu. Não queremos atender ao mercado, nos submeter. Tem bastante gente que já faz isso e isso não interessa.” A manifestação é de Oliviero Toscani, criador e diretor do Projeto Fabrica, Centro de Formação em Comunicação e Criatividade, da Benneton, no norte da Itália. Trata-se de uma fábrica de ideias e criatividade, com projetos em arte, design, cinema, publicidade, alimentação/gastronomia, política, economia, arquitetura e mídias. A Professora do PPGTURH e dos cursos de Comunicação da UCS, Dra Maria Luiza Cardinale Baptista, esteve durante todo o dia 12 de setembro último, na Benetton, para rever o Projeto Fabrica (que já conhecia desde 1995), restabelecer contatos e definindo a parceria, entre o Grupo de Pesquisa Amorcomtur e o Projeto. Na ocasião, destacou, para Toscani, o trabalho que vem sendo realizado pela UCS, pelo desenvolvimento especialmente na região da Serra Gaúcha, e a forte vinculação da região com o Vêneto, onde se localiza Catena de Vilorba, lugar sede da Fabrica.
Durante conversa com Oliviero Toscani, Dra Maria Luiza Cardinale Baptista falou sobre as pesquisas realizadas no Amorcomtur! Grupo de Estudos em Comunicação, Turismo, Amorosidade e Autopoiese, em que se trabalha com a noção de trama, relacionada ao conceito de ecossistemas turístico-comunicacionais-subjetivos e, também, sobre projeto de internacionalização, em diálogo com pesquisadores de seis outros países, envolvendo a ideia de “Com-versar sujeitos e lugares, a partir de narrativas de amorosidade e autopoiese”. Durante o encontro e o dia de trabalho, foi possível perceber forte sintonia entre o que vem sendo desenvolvido na UCS, pelo grupo Amorcomtur e o Projeto Fábrica.
Nesse sentido, foi rica a troca de experiências sobre a necessidade de transformação na Comunicação, no Turismo e nos processos de aprendizagem, buscando a produção de sentido, com laços éticos e mobilizadores de afeto, de intensas emoções. Assim, ficou acordado que o Amorcomtur vai organizar a visita de um grupo de pesquisadores e profissionais interessados, para conhecer o projeto, estando desde já aberta a possibilidade de que, como sequência, estudantes e professores da UCS, de todos os níveis e cursos, possam, eventualmente, propor projetos, para pensar uma estada na Fabrica, por um tempo, para aprimorar a criatividade, numa espécie de 'retiro artistico', segundo Toscani! 
Professora Maria Luiza também participou de workshop sobre "new journalism in social media", com a presença do fundador do Courrier International e diretor do Paris School of Journalism, Jacques Rosselin, do Creative Tech, Damien van Achter, que se define como "mediador" e "jornalista empreendedor". Ele leciona no Ihecs (Instituto de Estudos Superiores de Comunicação Social) de Bruxelas e na Sciences-Po em Paris. Desenvolveu o Lean Journalismo Canvas, um projeto visando atender à preocupação e necessidade educacional de ensinar futuros jornalistas a atuar como empreendedores, para financiar seus projetos ele desenvolveu o Lean Journalism Canvas. No evento, esteve presente também o criador de Streetpress. O criador do Streetschool And Mediamakers, Johan Weisz, também apresentou o seu projeto, discutindo desde o processo de formação de novos jornalistas, as suas práticas e rotinas, considerando a multiplicidade de dispositivos existentes. Apresentou uma série de exemplos produzidos pelos integrantes de Street Press, em sintonia com a mutação contemporânea do Jornalismo. No final da tarde, o grupo esteve em Roda de Conversa, discutindo a revista Colors, publicação bastante conhecida do Projeto Fabrica, e que será relançada, provavelmente impressa e também com uma versão online. Foi apresentada uma síntese da história de Colors e debatidos aspectos de conteúdo, estética e suportes midiáticos.
Toscani seguiu fazendo afirmações, que definem os novos rumos de Fabrica, ao mesmo tempo mantendo a tradição revolucionária de suas ideias e vinculando-a a compromissos com a sociedade, com o cosmo: “Temos uma incrível responsabilidade, no sentido de gerar um questionamento coletivo, sobre quem eu sou, o que eu gosto, o que estou fazendo aqui. Temos especiais condições de fazer isso, só precisamos acionar a criatividade e deixar acontecer. Fabrica está mudando porque o mundo está mudando. É preciso repensar valores e, nesse sentido, algumas decisões foram tomadas. Fábrica não funcionará mais restrita ao projeto de jovens até 25 anos. A partir de agora, pessoas de diferentes idades, poderão participar do Projeto, com seus saberes e sua experiência prévia, para viver, aqui na Fábrica, um retiro, se pode dizer, um retiro artístico. Existem retiros diversos, como retiros espirituais, de saúde. Então, o retiro de fábrica pode ser um retiro artístico, para pessoas que estão inconformadas com o que estão vivendo. Existem muitas pessoas insatisfeitas com seu cotidiano. Pessoas criativas. Pessoas que têm saberes relacionados à comunicação e às artes, não só com formação em Comunicação, mas com conhecimentos e práticas desenvolvidas, na áreas em geral, que envolvem aspectos da arte e da Comunicação como um todo. Fabrica pode ser um refúgio para essas pessoas e para, daqui, gerar transformações que possam beneficiar, não só a elas, mas a um coletivo maior” (Maria Luiza Cardinale Baptista, Reg.MTB6199)

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